Libertadores 2025: Fortaleza perde para Vélez na Argentina e cai nas oitavas

Virou capítulo amargo: o Fortaleza está fora da Libertadores 2025. Em noite de pressão no José Amalfitani, na capital argentina, o Vélez Sarsfield venceu por 2 a 0 e carimbou a vaga nas quartas de final. O resultado, somado ao 0 a 0 do jogo de ida no Brasil, derrubou o Leão nas oitavas e o deixou com a incômoda marca de primeiro brasileiro eliminado nesta fase do torneio.

Como foi o jogo em Buenos Aires

O roteiro começou a desandar cedo. Aos 7 minutos, Maher Carrizo apareceu livre na área para completar a assistência de E. Gómez e abrir o placar. O gol mudou o humor do estádio e a temperatura do jogo. O Vélez subiu linhas, acelerou a circulação e explorou bem os corredores, forçando o Fortaleza a se defender mais baixo do que queria.

O segundo golpe veio aos 28. Tomás Galván finalizou a jogada construída pela direita e assistida por J. Gordon, ampliando para 2 a 0. Com a vantagem no agregado, o time argentino controlou o ritmo, alternando pressão alta e um bloco médio compacto para cortar os passes entrelinhas do time brasileiro.

O Fortaleza tentou respirar. Empurrou a equipe para o campo de ataque, buscou inversões rápidas e trabalhou cruzamentos. Marinho teve pelo menos duas finalizações perigosas, ambas defendidas pelo goleiro do Vélez, que segurou firme as chegadas e esfriou o ímpeto visitante. A bola parada também foi uma aposta, mas as cobranças encontraram a defesa argentina bem posicionada.

Na volta do intervalo, o Leão adiantou as linhas e encurtou a marcação para recuperar a posse mais alto. A estratégia gerou algumas retomadas promissoras, porém abriu espaços para transições do Vélez. Nesses momentos, a equipe da casa soube pausar o jogo e gastar o tempo, ditando a cadência que lhe interessava.

Sem conseguir empilhar chances claras, o Fortaleza esbarrou em dois problemas que costumam ser fatais em mata-mata sul-americano: levar um gol muito cedo fora de casa e não transformar volume em finalizações limpas. O 0 a 0 no duelo de ida também pesou. Em eliminatórias, placar fechado no primeiro jogo frequentemente coloca o visitante no limite no confronto de volta.

  • 7’ – Gol de Maher Carrizo (assistência de E. Gómez): Vélez 1 a 0.
  • 28’ – Gol de Tomás Galván (assistência de J. Gordon): Vélez 2 a 0.
  • Defesas importantes do goleiro do Vélez em chutes de Marinho mantiveram o placar controlado.
  • Ida no Brasil: 0 a 0, o que deixou a decisão totalmente aberta para Buenos Aires.

O que muda para cada lado

Para o Vélez Sarsfield, a classificação tem duas camadas: esportiva e simbólica. Esportiva, porque coloca o clube entre os oito melhores do continente e dá fôlego, confiança e calendário grande nas próximas semanas. Simbólica, porque a atuação encorpada diante de um brasileiro reforça a ideia de competitividade em casa, com estádio cheio e um jogo físico que funcionou.

O Vélez agora aguarda o vencedor de Racing Club x Peñarol para saber quem enfrenta nas quartas de final. A tendência é de uma série dura, estilo argentino-uruguaio se der Peñarol, ou de clássico nacional se der Racing. Em qualquer cenário, a equipe vai precisar repetir o que mostrou: intensidade nos primeiros minutos, transições curtas e atenção às coberturas pelo lado fraco.

Para o Fortaleza, a queda interrompe o plano continental do ano. O time volta o foco para as competições internas, com ajustes claros na agenda: recuperar a solidez nos primeiros minutos, ser mais vertical quando a defesa rival está posicionada e converter melhor as chegadas pelo lado. Em mata-mata, detalhe vira abismo.

Há impacto também fora do campo. A eliminação mexe com premiação, ranking e planejamento de elenco, já que jogos internacionais exigem rotação maior e perfil de atleta adaptado à viagem e ao contato físico típico da competição. Mesmo assim, a participação mantém o clube exposto em vitrine internacional e dá bagagem para o próximo ciclo.

O recorte brasileiro chama atenção: ser o primeiro do país a cair nas oitavas cutuca a vaidade e serve de alerta. Não existe jogo morno no torneio. O ambiente é hostil, o ritmo é alto e a margem de erro é curta. Jogar em casa sem levar vantagem para a volta complica, e sofrer gol cedo fora pesa duas vezes. É lição que fica para as próximas jornadas.

  • Valorizar o mando no jogo de ida: construir vantagem é quase obrigatório.
  • Cobertura nos primeiros 15 minutos: sequência de duelos e segundas bolas.
  • Eficiência: transformar finalizações em chances claras, não só volume.
  • Transição defensiva: reduzir espaços às costas dos laterais e dos volantes.

O Vélez sai fortalecido, com uma atuação que combinou nervo e organização. O Fortaleza, apesar da frustração, sai com indicações objetivas do que precisa ajustar para voltar a competir em alto nível no continente. O calendário segue, e o mata-mata também: quem não impõe o ritmo, corre atrás dele.