Quando Leila foi finalmente apontada como a responsável pelo fim de Odete Roitman – a vilã imortalizada por Beatriz Segall – o Brasil inteiro respirou aliviado, mas também ficou curioso para saber como o Vale Tudo seria reinventado. A revelação aconteceu ao vivo no Vídeo Show na noite de 6 de outubro de 2025, enquanto a TV Globo preparava o capítulo especial do remake, que trouxe Débora Bloch no lugar de Segall. O que parecia um simples encerramento de trama virou um verdadeiro evento cultural, mexendo com a memória de quem assistiu à novela original entre 1988 e 1989.
Contexto histórico da novela original
A emissora lançou Vale Tudo (original)Brasil num momento em que a teledramaturgia ainda buscava um prato forte para temer. Criada por Gilberto Braga, Leonor Bassitt e Aguinaldo Silva, a trama misturou ambição, corrupção e romance, e Odete Roitman (interpretada por Beatriz Segall) se tornou o símbolo da “vilã” brasileira. Desde então, a famosa pergunta "Quem matou Odete Roitman?" circulou pelos corredores de casas, bares e até nas redações de jornais por mais de três décadas.
Revelação no Vídeo Show: quem matou Odete na versão de 1988‑89
A cena final da novela original mostrava Odete em um confronto tenso com Marco Aurélio (Reginaldo Faria). Um tiro ecoou, mas a identidade do disparador ficou oculta. Em entrevista concedida ao Fantástico, o roteiro original foi revisitado e, ao final de 2025, o Vídeo Show confirmou que Leila – a secretária de Odete na trama – foi quem puxou o gatilho, agindo num impulso após ser provocada por suspeitas de roubo da TCA. A revelação trouxe alívio para fãs que ainda mantinham teorias sobre Marco, César ou até mesmo Maria de Fátima como culpados.
Remake de Vale Tudo: produção, finais múltiplos e novos suspeitos
O remake, oficialmente anunciado como Vale Tudo (remake)Rio de Janeiro, chegou com tudo ao horário nobre da TV Globo às 21h20 do mesmo dia 6 de outubro. A autora Manuela Dias, em entrevista ao Fantástico, revelou que a equipe gravou dez finais diferentes para manter o suspense: “gravamos com os cinco suspeitos matando e não matando”. Os suspeitos – Marco Aurélio, Celina, César, Maria de Fátima (interpretada por Glória Pires) e Heleninha (Renata Sorrah) passam por pistas que se cruzam em bares, hotéis de luxo e até no Copacabana Palace, onde a nova Odete (Débora Bloch) é encontrada morta.
- Direção: Paulinho Silvestrini
- Data do capítulo decisivo: 6 de outubro de 2025 (TV aberta)
- Próximo ar: 17 de outubro – último episódio do remake
- Disponibilidade simultânea: Globoplay (streaming)
Manuela ainda destacou seu vínculo afetivo com a vilã: "Fiquei apaixonada pela Odete. Então, realmente deu dó". Ela argumenta que a ficção permite que a personagem fale o que na vida real seria tabu, como atitudes de poder e misoginia.
Reações do público e impactos sociais
Desde o primeiro ar, as redes sociais explodiram em memes, teorias e até em análises acadêmicas sobre o que o assassinato simboliza para o Brasil contemporâneo. Um destaque inesperado foi o aumento de 300 % na procura de mulheres na Defensoria Pública para regularização de paternidade – um efeito colateral da trama que abordou o núcleo entre Lucimar e Vasco. Especialistas em mídia apontam que a combinação de nostalgia e questões atuais – etarismo, racismo e alcoolismo – fez o remake ressoar em diferentes gerações.
Os críticos elogiaram a coragem da produção em gravar múltiplos finais, mas alguns questionaram se o recurso não afastou a narrativa de um arco conclusivo. Ainda assim, a audiência registrou pico de 22,5 pontos de rating, segundo dados preliminares da TV Globo, acima da média da faixa horária.
Próximos episódios e onde assistir
O suspense continua até 17 de outubro, quando será ao ar o último capítulo do remake, encerrando definitivamente a saga de Odete Roitman. Para quem perder a transmissão ao vivo, a Globoplay disponibilizará o episódio completo em sua plataforma de streaming, ainda no mesmo horário de Brasília (21h20). A produção ainda prometeu um “bônus” nos bastidores, com entrevistas de Manuela Dias e Paulinho Silvestrini, que devem aparecer na próxima edição do Fantástico.
Perguntas Frequentes
Por que a identidade de Leila como assassina só foi revelada agora?
A produção guardou o segredo por mais de três décadas, usando o mistério como ferramenta de marketing. Só com a nova geração de telespectadores e a vontade de fechar o capítulo histórico que o Vídeo Show resolveu confirmar a informação.
Quem são os cinco suspeitos no remake?
Os suspeitos são Marco Aurélio (Reginaldo Faria), Celina (Nathália Timberg), César (Carlos Alberto Riccelli), Maria de Fátima (Glória Pires) e Heleninha (Renata Sorrah). Cada um tem motivos diferentes que se cruzam ao longo da trama.
Qual foi o impacto social do remake?
Além de recorde de audiência, o programa gerou um aumento de 300 % na procura por regularização de paternidade na Defensoria Pública, refletindo como a narrativa trouxe à tona questões de família e direitos das mulheres.
Onde posso assistir ao capítulo de 6 de outubro?
O episódio foi transmitido ao vivo pela TV Globo às 21h20 (horário de Brasília) e está disponível simultaneamente no Globoplay para quem prefere streaming.
Qual é a data do último episódio do remake?
O capítulo final está marcado para 17 de outubro de 2025, às 21h20, tanto na TV aberta quanto no Globoplay.
Circo da FCS
outubro 6, 2025 AT 20:33Leila não precisava matar, mas aí está.
Savaughn Vasconcelos
outubro 8, 2025 AT 00:20Ao revisitar o legado de Vale Tudo, percebe‑se que a revelação sobre Leila ressoa como um eco de justiça tardia, lembrando o espectador de que os segredos mais profundos costumam se desfazer sob o peso da memória coletiva. A escolha de trazer Débora Bloch como Odete abastece a narrativa de nova energia, permitindo que a vilã transcenda sua própria história. Os múltiplos finais, por sua vez, criam um labirinto de possibilidades que faz o público questionar a própria natureza da culpa e da redenção. Essa abordagem, além de homenagear a obra original, abre espaço para discussões sobre poder, gênero e moralidade na sociedade contemporânea.
Ademir Diniz
outubro 8, 2025 AT 00:28Boa análise, curti a forma como ligou a trama ao contexto atual. Acho que isso dá mais vida ao remake.
Jeff Thiago
outubro 9, 2025 AT 11:53A reconstituição da trama de Vale Tudo no presente exige uma abordagem meticulosa que transcende a mera nostalgia televisiva.
Em primeiro lugar, ao considerar a revelação de Leila como assassina, cumpre observar que tal decisão se alinha à lógica narrativa de um desfecho que privilegia a coerência interna sobre o sensacionalismo externo.
Ademais, a estratégia de gravar dez finais diferentes pode ser interpretada como uma tentativa audaciosa de subverter a linearidade tradicional das novelas, promovendo uma experiência idiossincrática para o telespectador.
Entretanto, tal prática introduz uma complexidade estrutural que pode, paradoxalmente, diluir a intensidade dramática ao dispersar a atenção do público entre múltiplas possibilidades.
Do ponto de vista sociocultural, a inclusão de personagens como Maria de Fátima e Heleninha reintroduz arquétipos femininos que, historicamente, serviram como veículos de crítica ao patriarcado.
A escolha de Débora Bloch para encarnar Odete revitaliza a vilã, conferindo-lhe uma nuance contemporânea que difere significativamente da interpretação original de Beatriz Segall.
Não obstante, a representação da violência simbólica perpetrada contra a figura de Odete pode ser vista como um reflexo das tensões latentes entre poder institucional e resistência popular.
A produção ainda promove, mediante a multiplicidade de suspeitos, um discurso sobre a ambiguidade moral que permeia as relações de poder na sociedade brasileira.
Ao analisar os números de audiência, observa‑se um pico de 22,5 pontos, o que evidencia que o experimento narrativo encontrou ressonância junto ao público massivo.
Paralelamente, o aumento de 300 % nas solicitações de regularização de paternidade indica que a trama extrapola o âmbito do entretenimento, adentrando no campo das questões jurídicas e de direitos civis.
Tal correlação sugere que a ficção pode desempenhar um papel catalisador na mobilização de demandas sociais.
Entretanto, críticos apontam que a abundância de finais pode comprometer a unidade temática, gerando uma sensação de desengajamento entre os espectadores que buscam uma conclusão inequívoca.
Ademais, a presença de recursos de marketing, como a revelação ao vivo no Vídeo Show, demonstra um manejo estratégico da mídia que busca maximizar a viralização do conteúdo.
Do ponto de vista técnico, a direção de Paulinho Silvestrini se destaca pela capacidade de orquestrar sequências de tensão com precisão cinematográfica, evidenciando um domínio do ritmo narrativo.
Em suma, o remake de Vale Tudo representa uma convergência de inovação formal e crítica social, cujo sucesso dependerá da capacidade de equilibrar a complexidade estrutural com a necessidade de uma resolução emotivamente satisfatória.
Marcus S.
outubro 9, 2025 AT 12:01Concordo que a multiplicidade de finais introduz uma camada de ambiguidade, porém questiono se tal estratégia não sacrifica a coesão temática em nome da experimentação.
Lucas Santos
outubro 10, 2025 AT 15:40O uso de múltiplos desfechos, embora inovador, pode ser visto como uma tentativa de manipular as emoções do público ao custo da integridade narrativa :)
Larissa Roviezzo
outubro 10, 2025 AT 15:48Ah, mas quem liga pra integridade quando a gente tem drama a rodo e memes pra alimentar a internet
Marty Sauro
outubro 11, 2025 AT 19:26Claro, porque nada como um drama de novela pra nos lembrar que a vida real é um roteiro de 30 minutos.
Aline de Vries
outubro 11, 2025 AT 19:35É verdade, mas também dá pra curtir a trama sem ficar amargo, só aproveitar o entretenimento.
Tatianne Bezerra
outubro 12, 2025 AT 23:13Essa produção trouxe o Brasil de volta ao debate sobre poder e corrupção, e quem não sente o coração disparar ao assistir?
Hilda Brito
outubro 12, 2025 AT 23:21Não sei, acho que exageram na moralização pra ganhar audiência.
Rafaela Antunes
outubro 14, 2025 AT 03:00Os fãs ainda vão discutir quem matou Odete, mas na real isso só mostra o quanto a novela ainda controla a imaginação coletiva.
Wellington silva
outubro 15, 2025 AT 06:46Ao se deparar com a estrutura narrativa fragmentada, percebemos que o remake funciona como um estudo de caso em polifonia televisiva, onde cada suspeito representa um vetor de análise semiótica que reverbera nas camadas de significado da trama.
Mauro Rossato
outubro 16, 2025 AT 10:33Vale Tudo 2 é um festival de cores e emoções, cada cena pinta um quadro da nossa sociedade sem precisar de emojis
edson rufino de souza
outubro 17, 2025 AT 14:20Acho que a Globo tem um plano secreto: usar a novela para distrair a população enquanto manipulam políticas de mídia em nível global.