Quando Paulo Henrique, lateral‑direito do Vasco da Gama recebeu a ligação de Carlo Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira, a notícia virou manchete nos esportes do país. O contato chegou na manhã de domingo, 6 de outubro de 2025, avisando que ele substituiria Wesley, lateral da Roma, que se lesionou contra a Fiorentina. Em menos de um mês, o vascaíno passou de torcedor nas arquibancadas do Maracanã a convocado oficial da seleção para amistosos contra Coreia do Sul e Japão.
Contexto da convocação
A chamada de Ancelotti tem dois lados: a necessidade de suprir a falta de laterais‑direito e a vontade de observar novos talentos antes da Copa de 2026. Depois que Vanderson foi substituído por Vitinho por questões musculares, a lista ficou curta. Wesley saiu lesado aos 36 minutos do segundo tempo em Roma, deixando um buraco que o técnico decidiu preencher com um jogador que já mostrava consistência no Brasileirão.
O técnico italiano, que assumiu a Seleção em 2024, já testou nove laterais‑direito neste ciclo; Paulo Henrique será o décimo. A estratégia de Ancelotti lembra a política de "rodar" jogadores que, embora ainda não sejam titulares, ainda assim acrescentam opções táticas. "Precisamos de alguém que jogue com velocidade e segurança na saída de bola; Paulo tem isso", declarou o treinador em coletiva na manhã da convocação.
Trajetória de Paulo Henrique
Apesar de agora aparecer nos noticiários, a história de Paulo Henrique é de caminhos tortuosos. Nascido em Açailândia, interior do Maranhão, ele chegou a Florianópolis ainda criança. Entre os 10 e 12 anos, fez peneiras no Figueirense e no Tubarão, sendo reprovado três vezes antes de ser aceito em 2018, aos 15 anos.
Aos 17, fez estreia profissional na Copa Santa Catarina 2020 (adiada para janeiro de 2021 por causa da Covid‑19). Seu desempenho chamou a atenção de Sávio, empresário que o encaminhou ao Flamengo. Em fevereiro de 2021, já treinava no Ninho do Urubu, onde passou cinco temporadas, alternando entre sub‑20 e a equipe reserva. Em 2024, após contrato encerrado, assinou com o Vasco, onde finalmente garantiu espaço fixo na primeira equipe.
No ano passado, foi titular em 28 partidas do Campeonato Brasileiro, contribuindo com três assistências e duas cobranças de falta que deixaram a torcida vascaína em delírio. Seu desempenho defensivo, com média de 2,3 desarmes por jogo, o colocou no radar da Seleção.

Lesão de Wesley e mudanças no elenco
A lesão de Wesley ocorreu em um duelo emocionante entre Roma e Fiorentina, onde o lateral sofreu uma distensão no músculo adutor. O diagnóstico, divulgado pela equipe médica italiana, indica 4‑5 semanas de recuperação. O jogador foi substituído por Marco Rina e saiu do campo ainda custeando a vitória romanesca.
Com o corte de Wesley e a ausência de Vanderson, a lista da Seleção ficou com apenas um lateral‑direito convocado: Vitinho. Ancelotti, porém, prefere ter duas opções para treinos e jogos, daí a inserção de Paulo Henrique. A decisão gerou reação imediata nas redes; torcedores do Vasco celebraram, enquanto alguns críticos questionaram a escolha de um jogador que ainda não tem experiência internacional.
Impacto para o Vasco e para a Seleção
Para o Vasco, a convocação significa mais do que prestígio. O clube pode usar o caso para negociar renovação ou até atrair olhares de equipes europeias. "É a prova de que nosso projeto de base funciona", afirmou o presidente do Vasco, Frederico Nunes, em entrevista ao portal do clube.
No vestiário da Seleção, Paulo Henrique chega como novidade, mas também como reforço de qualidade. A lateral tem estilo ofensivo, costuma subir ao ataque e cruzar a bola com precisão – atributos que o técnico busca para enfrentar a seleção asiática, conhecida por sua organização defensiva.
Especialista em futebol, o professor Marcos Lacerda, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisou que "a inclusão de Paulo pode mudar a dinâmica da linha de fundo, oferecendo mais opções de armar jogadas e, ao mesmo tempo, mantendo a disciplina tática".

Próximos desafios e horário dos amistosos
Paulo Henrique deve embarcar para Seul na próxima terça‑feira, 8 de outubro, onde a delegação brasileira chega para o primeiro amistoso contra a Coreia do Sul, marcado para 20 de outubro, às 19h (horário local). O segundo confronto, contra o Japão, está previsto para 24 de outubro, às 17h.
Os jogos são vistos como último teste antes da fase de qualificação da Copa de 2026. Para Ancelotti, são oportunidades de observar não só a adaptação de Paulo Henrique, mas também a química entre os jogadores que ainda não jogaram juntos.
Se tudo correr bem, o lateral‑direito pode ganhar minutos como titular ou, ao menos, entrar no segundo tempo para sentir o ritmo internacional. "Eu só quero ser útil e, se o técnico quiser me colocar, vou dar o melhor de mim", declarou Paulo Henrique em um vídeo enviado ao clube.
Perguntas Frequentes
Como a convocação de Paulo Henrique pode impactar o Vasco?
A presença de Paulo Henrique na Seleção eleva o perfil do clube, podendo facilitar renovações contratuais e atrair interesse de clubes estrangeiros. Além disso, reforça a credibilidade da base vascaína, que tem sido alvo de críticas nos últimos anos.
Por que Wesley foi cortado da lista?
Wesley sofreu uma lesão muscular grave durante a partida da Roma contra a Fiorentina, que o deixará fora de atividade por cerca de um mês. Com a necessidade de dois laterais‑direito disponíveis, o técnico optou por substituí‑lo por Paulo Henrique.
Quais são as datas e locais dos amistosos?
O primeiro amistoso será disputado em Seul, Coreia do Sul, no dia 20 de outubro de 2025, às 19h (horário local). O segundo encontro ocorre em Tóquio, Japão, em 24 de outubro de 2025, às 17h.
O que especialistas dizem sobre a escolha de Paulo Henrique?
Analistas consideram que a escolha traz mais velocidade e qualidade de cruzamento à lateral brasileira. O professor Marcos Lacerda, da UFRJ, aponta que o jogador pode melhorar a transição ofensiva da Seleção sem comprometer a disciplina defensiva.
Qual a chance de Paulo Henrique estrear nos amistosos?
Ainda não há confirmação oficial, mas o técnico Ancelotti indicou que testará todos os laterais‑direito durante os treinos. Se Paulo demonstrar boa adaptação, pode ser utilizado no segundo tempo ou até iniciar um dos jogos.
Túlio de Melo
outubro 7, 2025 AT 03:54É curioso como o destino pode virar a chave num piscar de olhos. Paulo Henrique saiu da arquibancada e agora tem a camisa da seleção. Essa mudança abre portas não só para ele mas também para a base do Vasco. Cada chute que faz no gramado carrega a esperança de um futuro mais brilhante. Se a história é feita de momentos, este certamente ficará gravado.
Benjamin Ferreira
outubro 7, 2025 AT 05:01Do ponto de vista tático, a inclusão de um lateral ofensivo como Paulo Henrique altera a geometria da linha de fundo. O técnico busca velocidade e capacidade de cruzamento, atributos que ele demonstra no Brasileirão. Além disso, a experiência recente em partidas importantes reforça sua leitura de jogo. Não é à toa que Ancelotti considera testá‑lo nos amistosos. A rotatividade de laterais também serve como parâmetro para a seleção de 2026. Em termos de estatísticas, o número de desarmes dele supera a média nacional.
Marco Antonio Andrade
outubro 7, 2025 AT 06:07Caraca, que orgulho pra gente vascaína ver um moleque da base subindo desse jeito! João, eu lembro das histórias dele nos treinos, sempre correndo atrás da bola. Agora ele vai representar o Brasil lá fora, na Coreia e no Japão, e a gente vibra aqui no Rio. É aquela energia boa que contagia todo mundo, sabe? Que tudo dê certo e que o Paulo volte com histórias pra contar pro resto da galera.
Ryane Santos
outubro 7, 2025 AT 07:14A decisão de Ancelotti de convocar Paulo Henrique levanta uma série de questões que vão muito além da simples necessidade de cobrir a lesão de Wesley. Em primeiro lugar, devemos analisar a consistência tática do jogador ao longo da última temporada, onde ele manteve uma média de 2,3 desarmes por partida, números que, embora respeitáveis, ainda não provam sua capacidade de enfrentar atacantes de alto nível europeu. Em segundo, a velocidade que ele demonstra nos avanços pela banda direita não pode ser subestimada, mas ao mesmo tempo, o risco de exposição defensiva aumenta quando ele se projeta muito adiante. A substituição de Wesley, que jogava em um esquema de três volantes, por um lateral mais tradicional, pode indicar uma mudança de filosofia de jogo, mas também pode ser apenas uma solução emergencial. Além disso, a falta de experiência internacional do Paulo Henrique pode ser um obstáculo no momento da leitura de jogadas rápidas, algo crucial contra seleções asiáticas bem organizadas. A análise dos dados de cruzamento mostra que ele tem precisão de 68%, o que é superior à média da seleção, mas ainda há margem para melhorar ao enfrentar laterais mais velozes. Outro ponto relevante é o aspecto psicológico: a pressão de representar a seleção pode afetar seu desempenho, sobretudo nos primeiros minutos de jogo. Não podemos ignorar ainda a questão contratual com o Vasco, já que uma boa exposição internacional pode elevar o valor de mercado do jogador, criando potencial conflito de interesses entre clube e seleção. Se olharmos para precedentes históricos, jogadores como Fagner foram bem‑recebidos nas primeiras chamadas, mas nem todos mantiveram o nível nas competições decisivas. Portanto, a escolha de Ancelotti pode ser vista como ousada, mas também como um experimento controlado. Finalmente, vale ressaltar que a presença de Paulo Henrique no elenco oferece mais opções ao técnico durante os treinos, permitindo que ele teste diferentes combinações de laterais, o que pode ser decisivo na preparação para a Copa de 2026. Em suma, a convocação traz vantagens táticas, comerciais e psicológicas, porém não está isenta de riscos que precisam ser monitorados de perto.