Accor e a batalha contra o Airbnb: perspectivas da hotelaria moderna
Em uma fala que não passou despercebida no setor de turismo, o CEO da Accor Americas jogou luz sobre o grande debate entre hotéis tradicionais e plataformas de aluguel por temporada, como o Airbnb. Para ele, não há comparação possível: “Um apartamento do Airbnb não tem relação alguma com nossos hotéis”. O executivo destaca que quem se hospeda em um hotel da marca encontra um padrão de serviços, atendimento profissional e estrutura pensada nos mínimos detalhes — algo que apartamentos alugados por aplicativos simplesmente não conseguem garantir.
A garantia de segurança, limpeza, café da manhã já incluído e até mesmo a possibilidade de upgrades são exemplos do que diferencia uma rede consolidada. Além disso, todo hóspede sabe exatamente o que esperar quando reserva um hotel da Accor, independentemente do país ou cidade. “Estamos vendendo confiança e experiência”, comenta o CEO, dando a entender que a padronização é um trunfo gigantesco na disputa pelo consumidor moderno, que viaja cada vez mais, seja a trabalho ou lazer.
Mas a conversa não para por aí. O Airbnb virou um símbolo da chamada economia do compartilhamento, trazendo vantagens como mais opções e, muitas vezes, preços menores. Ainda assim, muitos relatos de hóspedes mostram problemas: fotos que não condizem com a realidade, falta de suporte rápido em emergências e regras de convivência confusas. E, quando algo dá errado, quem responde não é uma empresa hoteleira com reputação a zelar, mas um anfitrião particular, muitas vezes sem compromisso profissional com quem aluga o espaço.

Como a Accor está reagindo e inovando
Diante de concorrentes tão ágeis, a Accor acelerou seu processo de transformação. A empresa investe forte em digitalização, facilita reservas, check-ins e check-outs via aplicativos e se relaciona com o cliente em todos os pontos da jornada — do planejamento da viagem ao pós-estadia. A ideia é tornar a experiência diferenciada, unindo a tradição da hospitalidade ao que há de mais novo em tecnologia.
Outra aposta relevante da Accor é o chamado modelo ‘asset-light’. Isso significa administrar hotéis sem a necessidade de ser proprietária dos imóveis, reduzindo custos fixos e aumentando a capacidade de adaptação. Com esse foco em flexibilidade, a rede consegue negociar e administrar propriedades em locais estratégicos, aumentar a oferta e diversificar seu portfólio.
Essas mudanças impactaram os números. Em 2017, a Accor registrou um crescimento de 10% no lucro operacional. Esse resultado deu fôlego para novas negociações e investimentos, além de permitir que a empresa se adaptasse à velocidade das transformações que atingem o setor.
Por trás das estratégias, o recado é claro: marcas como a Accor apostam que a experiência de hospedagem ainda vale muito para o consumidor. E, mesmo com o avanço dos aplicativos e soluções alternativas, existe um público disposto a pagar por segurança, conforto e atendimento de verdade. A disputa por esse hóspede exigente está só começando, e os próximos capítulos prometem esquentar ainda mais o turismo no mundo todo.
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